Nas últimas semanas, professores,
funcionários da educação e policiais civis entraram em greve. Uma das
reivindicações é a reposição da inflação que, conforme
discutido junto ao Governo do Estado em 2015, deverá ser repassado
aos servidores na data base de janeiro de 2017. O fato é que
o Governo do Estado enviou uma emenda à Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO) que suspende o pagamento desta reposição salarial, garantindo
apenas as promoções e progressões de carreira.
Lembro
que na época em que esse assunto foi
debatido, houve intensa negociação e fui um dos primeiros deputados a
defender que o reajuste dos servidores públicos deveria ser no mínimo
a inflação. Os trabalhadores, sejam eles públicos ou privados, têm enfrentado
aumento da inflação, alta taxa de juros e avanço dos impostos, este último
consequência dos tais ajustes fiscais do estado e da federação. A população
está pagando mais caro pelos itens mais básicos do dia a dia, como alimentos e
remédios. Nada mais justo que a reposição dos salários garanta a manutenção
do poder de compra.
Recentemente, participei de uma
reunião entre o Governo do Estado e 35 sindicatos para discutir soluções para o
término das greves. O Executivo assumiu o compromisso de retirar o item 33 da
emenda nº 43 da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que revoga esta reposição
e que está em tramitação na Alep se os servidores retornarem às
atividades. Isso nos daria mais tempo para aprofundar o debate e encontrar
soluções que satisfaçam os dois lados. Mesmo com a proposta,
em assembleia, a APP Sindicato decidiu por
724 a 719 votos continuar com a paralisação. Com essa decisão
equivocada, perde governo, professores, alunos e população.
Numa área tão importante e que
já vem sofrendo com os últimos acontecimentos é fundamental a gestão
de crises. Reforço que sou a favor dos professores e de sindicatos sérios que
defendem os interesses dos profissionais. O que não podemos permitir é o
aparelhamento desses sindicatos e a manipulação para fins ideológicos e/ou
partidários.
O Governo do Estado também
decidiu expor a situação das finanças públicas e o
orçamento previsto para o ano de 2017. A estimativa é uma
despesa de R$ 23 bilhões com a folha de pessoal e encargos no orçamento de
2017, 10% a mais do que em 2016. A receita projetada para custear as despesas
correntes é de R$ 47 bilhões. Fica evidente que será preciso cortar gastos
e fazer ajustes.
No mundo corporativo, os custos
são compensados reduzindo despesas e reavaliando processos. A iniciativa
privada precisou se adaptar para enfrentar a crise e continuar gerando emprego
e renda para os cidadãos, usando para isso o planejamento e o fluxo de
caixa a longo prazo. Agora é a vez da administração pública fazer a
sua lição de casa e isso não poderá ser feito apenas
aumentando impostos e pressionando ainda mais o cidadão.
Por isso, a minha proposta é
que parlamentares, juízes e desembargadores recebam o mesmo reajuste que os
demais servidores públicos, isto é, se não houver reposição salarial aos
funcionários públicos também é justo que também não tenhamos reajuste.
A reposição salarial dos
deputados é discutida apenas de quatro em quatro anos, a cada nova legislatura,
e a minha sugestão é que ela não seja superior aos reajustes recebidos pelo
funcionalismo no mesmo período. Nada mais justo, afinal em temos de crise todos
nós precisamos apertar o cinto. Entendo que a PEC que limita os gastos públicos
também deve limitar o reajuste dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário,
pois todos precisam entender que cada um precisa fazer a sua parte para que a
nossa economia volte a crescer. Essa é minha opinião e lutarei por essa
bandeira na Assembleia Legislativa do Paraná.
Marcio Pauliki
Deputado estadual
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