O engenheiro Oscar Machado da Costa, ao centro com agasalho xadrez, junto com seus operários da firma Machado da Costa. Gazeta do Povo |
A Ferrovia
Oscar Machado assinou um contrato em 1936 com a RFFSA para proceder os Estudos e Reforço das Pontes desta ferrovia, instalando sua Empresa de Engenharia em Porto Amazonas, durante 33 anos ela solidificou a economia de nossa cidade, empregando grande parte dos munícipes.
Conta-se que ele respeitava muito seus funcionários e toda a população, na época do inverno distribuía peças de flanela para os filhos de seus empregados e para as crianças carentes das escolas da cidade, adorava passear de cavalo e tinha muito prazer em conversar com as crianças, geralmente dava gorjeta à elas, para que não achassem que era esmola ele pedia água em troca.
Ponte Preta
Umas das obras mais conhecidas pelos paranaenses é a Ponte Preta que fica em Curitiba e foi tombada pelo patrimônio histórico, é a segunda ponte construída no local. A primeira foi inaugurada em 2 de fevereiro de 1885 e era conhecida como Ponte da Rua Schmidlin, pois passava sobre a via assim denominada em homenagem ao proprietário dos terrenos do local. Ela foi a última etapa da construção da ferrovia ligando Paranaguá a Curitiba.
Com o aumento do tráfego ferroviário e do peso das composições, ela foi substituída pela atual ponte, inaugurada em 1944, com estrutura metálica importada dos Estados Unidos (naquela época não havia produção de aço no Brasil) e pedras talhadas em formas geométricas. Ela foi montada sob a supervisão do seu projetista, o engenheiro Oscar Machado da Costa.
Considerada uma obra de arte da engenharia ferroviária, a Ponte Preta é única no mundo. Sua arquitetura foi especialmente desenvolvida, já que naquela época não existia o conceito de protensão (tensões prévias no concreto).
“A ponte possui três grandes vigas. A do meio sustentava o maior peso e não havia geometria para mudar a altura dela. Por isso, foi construída uma viga com balanço concretado para dar o peso contrário ao do trem. Foi a primeira vez no mundo que esse conceito foi utilizado”, explica o engenheiro Raul Ozório de Almeida, filho de um dos responsáveis por construir a obra, o engenheiro Roberto Saraiva Ozório.
A empresa que fabricou a ponte nos Estados Unidos exigiu um documento que garantisse a estabilidade da obra, pois nunca tinha construído algo semelhante. A Ponte Preta foi desativada nos anos 70, devido à inauguração da nova estação rodoferroviária, e tombada como patrimônio histórico estadual em 1976.
Abaixo a transcrição da noticia sobre sua morte publicada no Jornal do Brasil de 01/11/1963 pag 5
Morreu Oscar Machado da Costa
“Morreu aos 69 anos de idade na Casa de Saúde São Sebastião, onde se encontrava internado há alguns dias, o engenheiro Oscar Machado da Costa, considerado o maior especialista brasileiro na construção de pontes, e que ultimamente estava empenhado na projeção e execução de cinco viadutos entre os quais se destaca o que será o mais alto da América Latina, com 132 metros corresponde a um edifício de mais de 40 andares.
Autor do livro “Vigas Armadas’ e de várias monografias técnicas, o Dr. Oscar Machado da Costa, como fiscal do Brasil nas obras da ponte internacional Brasil-Argentina, entre Uruguaiana e Paso de Los Libres descobriu que a parte brasileira estava sendo construída errada (não se encontraria com a da Argentina) e não só a consertou como ainda conseguiu a etapa do Brasil antes da Argentina.
ELE INVENTOU O DINOSSAURO
Nascido em Lambari, Minas Gerais, em 8 de julho de 1894, Oscar Machado da Costa, formou-se na Universidade de Cornell (EUA), na turma de 1916. Destacam-se entre os seus projetos a ponte sobre o rio Paraná, em 1920, a ponte sobre o Rio Doce em Colatina, no Espírito Santo, quando inventou o aparelho e que denominou “Dinossauro”, para lançamentos de vôos metálicos hoje amplamente usado.
A Ponte nos dias atuais |
Foi designado pelo Clube de Engenharia para proceder a vistoria técnica e aprovar a ponte Hercílio Luz, em Florianópolis, que é a maior do Brasil. Dedicou-se ao estudo e à execução de reforço de pontes metálicas e ferroviárias sem interrupção de tráfego, ou seja, montava a nova ponte ao lado da antiga, que depois era inutilizada.
Ele possuía a Ordem do Mérito Militar e era membro da American Society of Civil Engeneer, nos Estados Unidos, da Academia de Ciência de Nova Yorque e da Sociedade de Engenheiros Civis da França. Era casado com Amália e tinha três filhas: Lídia, Amália e Luzia”.
Jornal do Brasil – 1 nov. 1963
*Publicado originalmente em 01/11/2012 no Portal Porto Amazonas Conectado
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