“A conscientização das crianças depende da colaboração do Estado, pais, motoristas, ciclistas e até mesmo os pedestres. Muitos acidentes, como o caso dos atropelamentos, poderiam ser evitados se alguns limites fossem impostos e alguns cuidados reforçados”, destaca o diretor-geral do Detran, Marcos Traad.
Dados do Observatório Nacional de Segurança Viária revelam que 6 crianças morrem por dia no trânsito brasileiro. Em 2014, a Polícia Rodoviária Federal registrou 22 acidentes, 10 feridos leves e 6 crianças morreram entre 0 e 12 anos. Em 2015, o número de acidentes envolvendo esta mesma faixa etária obteve uma queda de 36,36%, sendo que nenhuma delas acabou em óbito.
A Especialista em Planejamento Estratégico em Segurança no Trânsito, Márcia Pontes, explica que existem fatores que diferem as crianças dos adultos no trânsito.
“Crianças precisam de 4 segundos para distinguir entre um objeto parado e em movimento. Além disso, elas não têm o mesmo campo de visão dos adultos, não têm a noção exata de distância e velocidade. Possuem uma menor concentração para os estímulos do ambiente, por isso, precisam ser orientadas por seus responsáveis”.
A estudante Caroline Quadros Cordeiro, hoje com 23 anos, lembra que aos seis anos de idade sofreu um atropelamento que trouxe consequências que poderiam ser evitadas.
"Eu estava na rua brincando de correr quando fui atropelada por um carro. Foi um choque para toda a vizinhança, porque todas as crianças da rua estavam ali. Eu machuquei feio a cabeça (levei pontos na testa), a barriga e as pernas. Fiquei sem conseguir me mexer bem por um tempo e não podia ir pra escola”.
Para a confeccionista Analice Teles, moradora do bairro Pinheirinho, não é possível deixar a filha de 12 anos brincar na rua sem uma supervisão.
“As ruas próximas da minha casa são bem movimentadas e estreitas. Mal cabem dois carros, e os veículos passam em alta velocidade. A orientação é que ela brinque sempre na frente de casa e quando ela resolve andar de skate ou patinete pedimos para que ela não saia da quadra e ande sempre no canto da rua, assim fica mais fácil cuidar pois a distância não é grande”.
Confira as dicas que o Detran preparou para aumentar a segurança das crianças no trânsito:
RUA: A rua não é lugar de brincadeiras, existem outros locais mais seguros para jogar futebol, empinar pipa e andar de bicicleta. Ensine seu filho que existem lugares mais apropriados para brincar em segurança, como o quintal de casa, os parques, praças e as quadras esportivas, por exemplo.
CALÇADA: Caminhar com as crianças sempre do lado de dentro da calçada: o adulto deverá caminhar pela calçada paralelo à pista de rolamento e a criança do lado de dentro, protegida.
BICICLETA: Não costume seu filho andar de bicicleta nas ruas. Leve-o em um parque ou praça onde possa observá-lo e garantir a segurança. As manobras feitas com o skate, por exemplo, devem ser realizadas em praças ou locais apropriados para tal prática.
APARELHOS: Os pais devem negociar com seus filhos a questão do uso de videogames portáteis, tablets e fones de ouvido pois podem distrair as crianças comprometendo a segurança nas ruas.
Pais ou responsáveis não devem deixar as crianças brincarem sozinhas na rua, em locais movimentados, passeios, estacionamentos de carros e entradas de garagens. Elas distraem-se facilmente e não têm noção do perigo.
*Reportagem da Agência Estadual de Noticias
*Créditos da Imagem:Detran
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