A Polícia Civil deflagrou nesta quarta-feira (2) a operação Volta às Aulas com o objetivo de desarticular uma quadrilha suspeita de falsificar certificados e históricos escolares de conclusão de 1º e 2º grau, na modalidade de Educação de Jovens e Adultos a distância. Cinco pessoas já foram presas. Ao todo foram cumpridos 26 mandados de busca.
A operação, coordenada pelo Nurce (Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos), aconteceu em Curitiba, Fazenda Rio Grande, São José dos Pinhais, Piraquara e Pinhais (Região Metropolitana). Representantes da Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed) acompanham a ação policial.
O esquema criminoso consistia em um comércio clandestino de venda de diplomas e certificados, com o agravante que os alunos sequer faziam as provas e ao final recebiam os documentos.
A suspeita é que duas empresas, a Interathyvo e a Paraná Cursos, buscavam através de propagandas alunos que necessitavam concluir o ensino médio e fundamental. Mas em vez de oferecerem o curso, as empresas cobravam de R$ 1.300 até R$ 1.700, e falsificavam as provas inclusive documentos pessoais enviados para a Secretaria da Educação do Paraná.
“A média de tempo regular para fazer o curso médio e fundamental é de 18 meses. Neste caso, os alunos que buscavam estas empresas marcavam e faziam as provas em uma semana em papel sulfite sem timbre”, explicou Renato Basto Figueroa, delegado-chefe do Nurce.
Com os documentos pessoais dos alunos e as falsas provas, as empresas encaminhavam toda a documentação para o Instituto Brasileiro de Ensino à Distância (Ibed) – que tinha habilitação legal para emitir os diplomas e certificados. O Ibed por sua vez encaminhava todo o processo para a Secretaria da Educação para homologação dos diplomas e certificados.
“Na sede do Ibed foram apreendidos diversos documentos que comprovam a irregularidade. Foram apreendidas inclusive provas completamente em branco, mas com notas de aprovação do curso assinado pela coordenadora pedagógica”, disse o delegado-adjunto do Nurce, Victor Loureiro, responsável pela investigação. “A secretaria da Educação foi mais uma vítima desta quadrilha uma vez que recebiam pastas montadas com falsos documentos”, disse.
A investigação teve início em abril e foi deflagrada nesta quarta-feira com a participação de 80 policiais. O dono da Interathyvo é apontado como chefe da quadrilha. Um diretor do Ibed e uma secretária também foram detidos. Todos responderão pelo crime de falsificação de documento público, falsidade ideológica, estelionato e associação criminosa. Os alunos que se beneficiaram da fraude serão ouvidos pelo Nurce e poderão responder por uso de documento falso.
* Reportagem da Agência Estadual de Noticias
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