Jovens de vários pontos do país estiveram presentes na abertura do Encontro Pela Absoluta Prioridade da Criança e do Adolescente, evento que discute, até o dia 10, políticas públicas para o segmento, como parte das comemorações dos 25 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e com o objetivo de levantar as necessidades e demandas da população, além de permitir a manifestação dos atores sociais e agregarcontribuições para a 10ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, marcada para abril de 2016.
O encontro é organizado pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) juntamente com a Secretaria Especial de Direitos Humanos. Além dos painéis de discussão, haverá exibição de filmes, saraus e atividades culturais. Emmanuel Moreira, 14 anos, um dos jovens integrantes do G-38, grupo de 38 adolescentes que representam os estados brasileiros e os movimentos sociais, protestou contra violência que os jovens negros sofrem: “A maioria dos jovens assassinados é negra. Negro não tem que morrer todo dia. Criança e adolescente é o futuro de amanhã. E qual é o futuro que nós vamos ter com a maioria morta ou na cadeia?”.
Além dos conselheiros nacionais do Conanda e dos jovens do G-38, participam do evento representantes de grupos e coletivos de meninos de rua, de mulheres negras, de diversidade religiosa, de ciganos, de movimentos LGBT's e outros. Mas o vice-presidente do Conanda, Fábio Paes, disse que “chegou o momento de trazer para esta roda os povos indígenas, os povos da floresta, os ribeirinhos, os povos da fronteira, os meninos em medida socioeducativa. É o momento de termos uma agenda estratégica. Queremos ampliar o debate para construir uma política nacional para a criança e o adolescente deste país”.
“Ter esses espaços [de escuta dos jovens] é um processo evolutivo na política da criança e do adolescente, para a gente permitir que os adolescentes e crianças falem e digam o que eles querem”, afirmou Rodrigo Torres, presidente do Conanda.
Rogério Sottili, secretário da Secretaria Especial de Direitos Humanos, falou sobre o histórico de violações de direitos humanos no Brasil, como a matança de indígenas, os séculos de escravidão e, mais recentemente, a ditadura militar: “Ainda hoje, carregamos toda essa marca da violência no dia a dia, dentro de casa, nas ruas, nas escolas. Nosso país tem uma cultura de violência e, para reverter essa cultura, precisaremos de muita luta e de muitas conquistas”.
*Reportagem da Agência Brasil
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